quarta-feira, maio 20, 2009

Um novo jeito de caminhar


Por: Joaquim Tiago

Sobreviver na era onde não há mais certezas. As certezas de que nada mais vai da certo e ai ficamos esperando em que? Em nada! A falha no mundo da desigualdade, a desigualdade é indiferente. No fundo sabe-se o que se é e o que se quer. No fundo tudo isso é fundo mesmo, as entranhas do ser que não é mais humano e é depois do humano ou antes de ser qualquer humano. Final feliz e início feliz, no meio desespero, e cansaço de percorrer os meios imaginando que começamos bem e vamos terminar bem, o que é mentira de mais, bom mesmo é o agora e se agora não esta nada bem não adianta pensar em mais nada. Cansaço, como to cansado de imaginar, e como já dizia o poeta, outra vez:
“Eu estou muito cansado
Do peso da minha cabeça,
Desses dez anos passados, presentes
Vividos entre o sonho e o som
Eu estou muito cansado
De não poder falar palavra
Sobre essas coisas sem jeito
Que eu trago no peito
E que eu acho tão bom.”
(Todo Sujo de Batom - Composição: Belchior)
Sobra suspiro e respiração, sobra o olho de lágrimas e essas canções. Fico olhando certos horizontes de certas pontes que ainda sobram para poder atravessar sem ser atingido pela maré da ressaca. Somos feridos pelas idéias que temos e pela coragem que queremos. Mas no meio de tudo isso, de todo esse andar não vou desandar no caminho.
Não!
Essa não é uma carta onde me entrego para ficar parado em um apartamento onde deveria estar feliz, eu não estou feliz só e nem assim. Quem sabe talvez tenha mesmo que fazer a hora e não ficar esperando tudo isso acontecer, quando na verdade tudo esta acontecendo. Reagir com o infinito neste finito momento, nossos momentos nós vamos vencer, sendo ser, sendo transformado em humano na glória de Cristo que é a humilhação, tendo o mesmo sentimento.
Sopra vento pôr onde quiser e sopra em mim, o vento que sinto me leva a perdoar, a perdoar-me e perdoar meu semelhante. Nesse cansaço todo me abri para o perdão, não é fácil mas cura e me ajuda não desistir do caminho no caminho caminhando, andando e não perdendo o ritmo da música e da dança. Mas ainda quero voltar a sonhar. Mesmo com meus pés nesse chão duro, seco e quase sem vida, esse chão desumano dos humanos, rachado e pobre. Vou voltar a sonhar com a verdadeira esperança que se renova deixando essa casca morrer, como cheiro de flor que insisti em sobreviver em desertos.
O mundo esta sobre a lei do sacrifico de quem (ou o que) morre para haver nova vida. Não vou insistir em preservar a minha e por isso creio que vou achá-la, mesmo no meio do desespero e do desanimo, vou encontrá-la, assim sempre foi, e com meu mestre também.
Não sou e nem quero ser uma pessoa de direitos e prefiro assumir meus deveres com alegria e paixão no hoje, numa nova canção, em um corpo especial em um NOVO CAMINHAR DENTRO DO VERDADEIRO CAMINHO.

A glória a ti Cristo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário