sábado, maio 09, 2009

A Graça do Vinho Novo

“Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho.” Cristo, Jesus. Evangelho de Mateus 9.17

Ganhei de graça uma porção de vinho novo! Que Maravilha, uvas frescas e de boa procedência, a melhor procedência. Recebi em meu coração esse presente do Senhor.
A presença do vinho é marcante e é a melhor que tenho, não defino, mas ela me define como tenho que ser definido. É sua escolha como acomodá-lo, é onde acontece à formação do odre, a formação de um novo odre para o vinho novo.
A importância do receptor chamado odre não esta em si mesmo, mas na ação de não perder o vinho, o odre não existe por si, mas para agir em função da absorção e guarnição, para que não se perca o precioso vinho que me é oferecido pela graça. De todo jeito ele esta lá, como minha vida sendo formada para essa função. A vida muda em função do vinho novo, se renova, por que não se coloca vinho novo em uma vida velha nos seus conceitos, em um odre velho formado acostumado ao vinho velho.
O vinho novo é o melhor, porém a mudança não é fácil, não é tão fácil desaprender, reconhecer, se transforma novamente em humano e depender de outra transformação. Quero manter o controle por que estou acostumado com aquele vinho que já não mais tem tanto gosto de vinho, mas de vinagre. Sei de cada espaço, onde cada reservatório pode ser completo e ficar quieto, cada entranha da vida e da alma. Tudo muito amarradinho com certos conceitos, pré-conceitos e preceitos que dão na mesma coisa, na mesma repetição, na mesma religião.
Como sei que sou teimoso e custo a cair do cavalo por que não quero beijar o chão, custo a percebe que estou dando voltas no deserto, demoro a ver o que o profeta ta falando como aconteceu com Davi e o profeta Nata: “você é esse homem!” (2Sm 12.7). Cometo um grave erro e a mudança devida não é feita. Fico tentando colocar o vinho novo no odre velho, tentando colocar o puro no impuro, o belo no que já ficou feio, o cheiro novo em algo que esta azedando. Não permito ser apenas humano e seguir os passos de Cristo sendo submisso e fiel, mas quero ser semideus para poder controlar, para poder tentar misturar bem as duas coisas ao meu modo, ao meu paladar do tempero morno e um pouco sem sal, um pouco sem gosto, um pouco disso e daquilo, um pouco de mim e um pouco de Deus. Não da certo!
O odre arrebentou, furou, estragou, já era, é o fim. Aquela história de nem uma coisa e nem outra. A vasilha ta muito feia espiritualmente falando, ta cheia do que não presta, ou se presta prestou um dia e hoje se vive do passado ou do repetir o que prestou. Melhor seria não ter insistido em colocar o vinho novo aqui. Melhor não ter insistido em ser manipulador desta mistura que não da certo e fez levedar toda a massa. E o pior é que se perdeu tudo, tanto o velho como o novo, tudo se foi por que se partiu em pedaços dessa mistura e aqui não esta se tratando da multiforme manifestação, mas da ruptura do conteúdo que não muda. Muda-se por dentro primeiro com o vinho e transforma-se em um novo odre para receber o novo vinho. Para haver essa mudança reconhecemos nosso vencimento e nossa estrutura, como estou por dentro e como tenho que me esvaziar deste vinho para que novo venha me mudar, fazer um vaso novo, quebrar e refazer para que o novo e fresco vinho da graça me encha novamente.
Se eu não sinto vontade de orar mais, se não sinto vontade de ler a palavra revelada do Senhor, se não sinto vontade e prazer em cumprir o chamamento de ir e fazer discípulos, se não quero mais chorar pelos aflitos e perdidos, se vivo com indiferença a presença do Senhor e não vejo seu rosto na face do aflito, do perdido, da criança, dos jovens e adolescentes órfãos, ENTÃO MEU ODRE TA VELHO, O VINHO É VINAGRE E SEM GOSTO E DE NADA MAIS SERVE A NÃO SER PRA SER A MESMA COISA. Um odre velho só vive de aparências estranhas, não ta curado e nem cura ninguém.
Penso e reflito: Quem da o vinho? Quem transformou água em vinho novo naquela festa de casamento? Não devemos nos embriagar com vinho que leva a libertinagem, mas devemos nos deixar encher pelo Espírito, esse é sempre o vinho novo que nos leva a trocar idéias e falar uns com os outros de salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor (Éf 15.18,19).
Esse é o molde para um novo odre. É conteúdo para de vida e vida em abundância.
Por que Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas.

Joaquim Tiago

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