Um corpo doente

“Por que há muitos fracos e doentes no meio de nós?”

Por: Joaquim Tiago

Uma pergunta como essa foi feita para igreja de Corinto durante uma ceia cuja passagem nós relatamos (ritualmente) no momento em que ceamos. Essa é uma boa pergunta pra fazermos hoje, nestes dias maus, principalmente da forma como a igreja se encontra.

Os costumes mudam com a cultura, mas os princípios não mudam, são eternos. Então temos que nos colocar em exame de consciência para não praticarmos uma autocondenação como igreja.

Corinto era a capital de Acaia (região formada por 12 cidades do Norte do Peloponeso).Tanto por sua posição geográfica como política, tinha uma ativa vida comercial e religiosa. Desfrutava de grande prosperidade material e sofria com a impureza e devassidão moral. A igreja em Corinto era constituída por uma mistura de: escravos (1Co 7.21), gente de baixa condição social e gente de elevada posição social (1Co 1.16; 11.17-22). Havia convertidos e convencidos.

Paulo enfrenta vários problemas, uma igreja cheia de dons, mas também cheia de problemas! Paulo alertou: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas me convêm; todas as coisas são lícitas, MAS NEM TODAS EDIFICAM” (1Co 10.23).

Porém é com relação à ceia que Paulo faz a indagação crucial, sobre o discernimento do corpo. Participar indignamente é prova de que não sabemos o que fazemos como corpo e no corpo, não estamos discernindo as nossas ações. Você já pensou na questão existencial dos fracos em nosso meio? Porque há tantas pessoas fracas? Por que há pessoas que dormem e pessoas doentes espiritualmente em nosso meio? Se não pensou, pense em você; você é um deles?

Comer e beber juízo para si é prova de que quando praticamos indignamente estamos pecando contra o corpo e o sangue de Cristo. Não adianta para nós cumprir um ritual fazendo da ceia física um remédio, os elementos (pão da padaria e suco de uva) não têm esse poder e com esse entendimento só fará aumentar os fracos. Por isso a muitos doentes e parte do corpo tem adormecido.

Corpo no original grego é soma, pode ser usado em vários âmbitos como corpo vivo (organismo), no caso do N.T. foi usado como corpo de Cristo e igreja.

Discernir é em suma entender. Logo então, discernir é entender o corpo. Corpo entregue por nós na cruz (Rm 3.25-26). Corpo de Cristo que é a igreja, organismo vivo feito pela nova aliança (1Co 12.27). Agora somos corpo místico de Jesus, ele é o cabeça da igreja e nós somos os membros do seu corpo transformado (1Co 6.15).

Entendendo assim, Paulo quer um exame, o exame de si mesmo, que pode ser feito da seguinte forma:

1) O que o Corpo de Cristo (“Igreja”) significa pra mim?

2) Que papel, função eu represento no corpo (1Co 12)?

3) O que posso fazer para contribuir, para desenvolver minhas funções? Onde eu tenho falhado? Eu tenho causado divisões?

4) Hoje sou digno de comer o pão e tomar o cálice, DE FAZER PARTE DESTA COMUNHÃO, DESTE CORPO? Ou farei destes atos, juízo para mim mesmo?

Eu entendo que quando nós pecamos pela prostituição, pecamos contra Deus e pecamos contra o nosso próprio corpo humano. Quando pecamos fora do corpo humano, nos omitindo, com a omissão, pecamos contra Deus e o corpo de Cristo.

Por isso há muitos fracos e doentes no nosso meio e vários já dormiram!

Mas... O próprio corpo sabe discernir o que é bom e o que é ruim dentro dele. Discernir não é só condenar! Quando nos machucamos trabalhamos para a cura, para regeneração e cicatrização.

VAMOS FAZER ISSO AGORA COMO CORPO!