quarta-feira, novembro 12, 2008

Por uma questão sócio-ambiental

E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.(Lc 16.8)

Essa é uma questão para cristão ficar se envolvendo?
Trágico se não fosse cômico esta diante dessa questão inicial para podermos depois pensar na outra que é séria. Essa é então mais uma das questões que teremos de resolver em nós.
Não é da prática cristã e principalmente em nossa região envolver-se com assuntos tão "complicados". Geralmente o que mais nos preocupa é ir embora morar no céu ou mesmo a tão valiosa maneira de ganhar a vida através de uma barganha com Deus. Apegado aos meios e fica-se somente nos meios porque já não preocupamos tanto com o fim de tudo, ou como dizem: "Os fins justificam os meios". Que fim?
Queremos nos salvar daquilo que sempre nos aflige, o medo e a ganância, que é o medo de ficar "pobre". E ainda temos toda uma agenda e programação para cultuarmos. A agenda vem carregada com ideal de termos o maior número de pessoas possíveis ajuntadas. Com tudo isso e mais um pouco de vida "pessoal" não temos tempo para pensar o que vai ser do mundo e da nossa cidade se continuarmos da mesma forma: poluindo e sendo consumidores de poluentes. No mais saímos com aquela: "Isso é responsabilidade das ‘autoridades’ dos ‘governantes’, dos ambientalistas" e um monte de outras desculpas.
Porém, se nos considerarmos cristãos de fato, de ação, essa é uma questão e responsabilidade nossa! Sim, e não podemos fugir fazendo de conta que somos de outro planeta, de outro mundo.
O que é um cristão? Um cristo menor, seguidor de Jesus Cristo e mordomo dessa terra .
Jesus Cristo nosso mestre quando veio disse: "(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (João 10 : 10). O que é ter abundância de vida, ou vida plena? É ter uma vida completa, ou completada as necessidades do homem todo. O medo e a ganância nos afastam um dos outros e alimenta o egoísmo, o egoísmo nos faz incompleto e incompleta o mundo! Isso é tudo que um cristão de fato e ação não é e nem pode ser.
Hoje a natureza sofre e muito por que aprendemos a explorar para uns poucos sem pensar nos outros, no próximo ou no futuro dos nossos pequeninos. Consumimos desenfreadamente fazendo o mercado produzir e explorar. Não nos completamos e comungamos como cristãos em corpo por pensarmos somente em nossa satisfação pessoal. Não reciclamos, não poupamos e fazendo assim o pão já não é nosso e sim de alguns.
A terra esta mal dividida e milhares já não tem onde plantar, alguns já não tem a mais água para beber, alguns já não tem mais ar para respirar. O progresso destrói e no fim quem vai ter barcos salva vidas quando tudo afundar?
Secas, selvas transformadas em pastagens, rios transformados em esgotos, desnutrição, pestes como a dengue, e nossa resposta diante de toda essas tragédia não pode ser cada um que se cuide. Jesus Cristo não ensinou assim!
Por isso nada mais viável do que pensarmos a questão sócio-ambiental, ela faz parte de nossa ação como responsáveis cuidadores dessa terra, é parte integral da nossa vida cristã. Não pretendemos cuidar de um mundo que se traduz em um sistema de mentiras, corrupção e morte. Estamos sim pretendendo cuidar do que o Pai nos deu, a terra e sua natureza formosa, essa que supre e nos da o pão nosso de cada dia.
Cuidar da terra é ser adorador, é ser mordomo e aprender a servir. Saber que existe um ciclo sagrado da semente que cai e morre para poder nascer novamente e se multiplicar levando vida a muito mais pessoas. O ciclo é completo pela água, pelo ar, pela terra, por aquele que plantou e colheu. A colheita vai ser sempre uma festa onde podemos repartir e dividir na mesa da ceia, na mesa da vizinhança, na mesa onde o suco da uva se mistura a massa do pão, do corpo presente onde há realmente vida. Assim somos todos transformados em alegria e amor. Nesse meio não existe preguiça, comodismo, medo, soberba e egoísmo, tudo é combatido com a fé.
Você também foi chamado para ser parte desse corpo, da grande comissão. Comece a se questionar, qual é o papel desenvolvido pôr você que se considera cristão diante do quadro sócio-ambiental da sua casa, vizinhança, cidade e planeta. Podemos pensar alternativas e mesmo em nosso pequeno meio sermos mais coletivos e menos individuais, combatermos esse egoísmo, esse medo e essa ganância. Sermos mais pró vida e menos pró morte da vida. Amém!

Joaquim Tiago – Bill

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