segunda-feira, março 17, 2008

“Quem são eles, quem eles pessam que são?”



"Quem são eles, quem eles pessam que são?"
Uma reflexão sobre a pascoa de 2008

Por: Joaquim Tiago

Dizem que é melhor dever o capeta do que o agiota. O melhor mesmo é não dever, para não ter que passar pelo mesmo inferno.

Quem empresta quer ganhar, por isso, quem vende também, e quem da prazo usa a usura como moeda de juros. A única possibilidade aqui não é apenas dar possibilidades de compras mas de adquirir dívidas.

Iniciativas privadas e até estatais fazem as regras do jogo. Bancos, cartões de "(des)créditos", magazines, lojas, comercios, corretores de imóveis, agências automoblilisticas, planos de saúde e muitos outros. E nesta lei do mercado envolve-se até "igrejas" colocando a venda o que não pode ser vendido.

Sofremos com a geração que nasce sem identidade. A maioria orfãos de pai e mãe vivos, orfãos de princípios e valores. Como a escola é uma vida, hoje quase todos os sentidos estão voltados para o mercado. Só tem significado a existência quem pode pagar para existir.

Ideologia? Se não temos, podemos comprar. Vende-se significados, é só olhar para as camisas, prinicipalmete de bandas. Desperta-se desejos. Impoem necessidades. Cobra-se vaidades. As multinacionais, a globocolonização de valores exportados e o neoliberalismo onde o direito é sempre de quem paga.

E agora, que parte de nós sobrevivera? Eu não sei se ganho pouco ou consumo de mais, mas de qualquer jeito, tenho falta. Que estilo de vida eu quero Ter? Dependendo da minha escolha, esse sou ou não, aquilo que tenho.

A verdade concreta é que a vida já não faz muito sentido. Viver se tornou um fardo pesado e carregado de juros. A existência esta a critério do consumo e quanto ao consumo ele esta ligado ao prazer e diz sempre que nos falta algo, alguma coisa. Estamos em falta com a vida!

"Na idade média, qualquer cobrança de juros era considerada usura e condenada pela Igreja Católica, segundo os valores que garantiram o ordenamento medieval. Por isso, os negócios do comércio de usura ficaram relegados aos não-cristãos, particularmente aos judeus. Estes não tinham direito à propriedade territórial, base da estrutura da sociedade feudal. Com o desenvolvimento comercial ocorrido a partir do século XI, a condenação da usura tornou-se incompatível com as formas de vida e da ação dos mercadores e habitantes das cidades. A critíca à usura foi significativamente condenada pelos líderes da reforma – sobretudo Calvino – que proclamaram a legitimidade e respeitabilidade da cobrança de JUROS." (ECONOMIA; Dicionário de. – pg. 320 – Ed. Best Seller).

Haverá salvação fora do mercado, fora do consumo?

No evangelho de Marcos esta relatado no cap. 11 a partir do ver. 15 a ida do Sr. Jesus ao templo. Naquela situação constragedora e sensível aos olhos da misericordia é estabelecido literalmente um mercado e comercio nas margens do templo. O templo era o principal centro de encontro de toda comunidade. Jesus não gostou do que viu e do que havia se transformado o lugar, então começa a derrubar as mesas dos cambistas e a cadeiras dos que vendiam animais.

A casa do Senhor havia se transformado em covil de ladrãoes, declara o Mestre. O chefe dos sacerdotes e os mestres da lei não gostam da história, procuram uma formula de pegá-lo para matá-lo. Uma corrupção!

Mas olhando ainda para esse contexto vemos aqui, já naquela época a figura do cambista. E qual é a função de um cambista?

O cambista é a pessoa que negocia em câmbio. O câmbio é a troca, permuta, escambo. Operação de conversão de valores (especialmente mercantis) expressos em moedas de um país equivalente em moeda do outro. Então cambiar é fazer esta operação. E por que ele estava ali?

A mesa dos cambistas era onde se trocava as moedas para comprar o sacrificio. A moeda do país (Jerusalém) perdeu seu valor pelo país dominante (Roma) e os "sacerdotes" so aceitavam agora as moedas de prata dominante e valorizadas pelo mercado. Os cambistas ganham fazendo o câmbio, a troca, a negociação do mercado.

Quais cambistas temos hoje para que possamos realizar nosso culto a vaidade?
As multinacionais, as transnacionais, a globocolonização de valores importados e o neoliberalismo? O Templo da vaidade não é a casa de oração para todos os povos!

Qual o valor da nossa festa? Qual valor do nosso sacrifício? Quanto custa um culto?

Esse acontecimento envolvendo o Sr. Jesus foi no período da comemorção da pascoa onde todos subiam a Jerusalém para prestar culto a Deus.
Que pascoa queremos comemorar hoje? Que valores estamos cultivando?
A secularização do sagrado esta ligado ao poder e o poder para maioria das pessoas não é perder ou doar, mas reter e ganhar!
Esquecemos e deixamos de ser o que deveriamos ser, para viver fazendo de conta. "Quem são eles, quem eles pesam que são?"

A pascoa é a comemoração pós passagem, o passar pelo deserto. No deserto é onde aprendemos depender de Deus. Sua vida nesta terra de ninguem é um deserto, deserto finaceiro? Aprenda com o Sr. Jesus a entregar-se como o Pão e o Vinho que foi repartido na última ceia, essa é ressureição do corpo frente ao sacrifício.

Feliz Pascoa para você é meu desejo querido(a), sem juros ou usura, somos devedores uns dos outros no amor de Cristo Jesus!

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