sábado, abril 24, 2010

O risco que se é

Por: Joaquimtiago Bill

A dependência pode causar constrangimento para mim e para outros. Principalmente quando dependo de Deus.

Tornar-me dependente do Pai é estar preparado para o que Ele vai fazer se é que vou aceitar o que Ele vai me preparar para o ser.

Não é o que vou fazer, é o que sou ou o que estou sendo. Quem faz é Ele, o Pai Eterno em todas as coisas. A crise do ser, quem sou/sendo.

A crise do ser aparece quando faço, mas paradoxalmente porque também deixei de fazer.

Mas fazer porque sou ou fazer para ser?

Para ser o que sou – o que faço é a busca do ser, sendo expresso fazendo quando sou. Quem não faz demonstra quem também é, demonstra ser covarde.

Mas se ainda não estou satisfeito com o que sou? Se não sou o que quero ainda, o que tenho que fazer? Porque ainda falta e não consigo me satisfazer?

Vejo que somos aliciados pelo poder!

Confundo quem sou por querer o poder e esquecer-se do que tenho. E se não tiver? O que representa o que tenho?

Só sou se tenho poder. O poder é uma corrupção!

O poder não esta no poder. O poder só da identidade para o tirano. O poder de quem sou é abrir mão de poder tomar a força o que realmente não sou e não deveria ser. O que é não pode ser para ter poder. Para poder contribuir para o que ainda não é.

Eu não quero chegar ao poder nem por força e nem por violência. Quero ser feliz com o que sou e se o que sou tem certo poder de influência não é mérito meu, é mérito de quem me capacitou e proporcionou. Eu não tenho esse poder, só posso escolher aceitar ou não, só posso querer realizar sua vontade como escolha dependente.

Quando me preocupo com o que posso ser e o poder, esqueço de quem sou ou de quem estou sendo. Não é simplesmente o que ainda vou ser, mas o que ainda estou fazendo com o que realmente sou.

Será que estou mesmo satisfeito com quem sou ou quem sou esta mesmo sendo quem se propõe a ser? Corremos um sério risco de fazer para satisfazer quem nos pode da poder. Nesse caso a identidade é de quem paga com a moeda da traição. Esse realmente é um passo em falso.

Essa então é a grande mudança, quando Eva viu o fruto e ficou sabendo que poderia ser igual a Deus por conta própria. Eva abriu mão do poder da dependência correspondente a fé. Realmente é um erro fatal querer ser igual a Deus pelas próprias mãos, próprias forças e próprio poder.

Poder depender é saber que a fé é um risco. O risco de se estar satisfeito consigo.

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” Rm 8.28

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