quinta-feira, abril 30, 2009

Sobre deuses, pássaros e gaiolas

Eu não tenho religião. Não vou a igrejas, não participo de rituais, não acredito nos seus dogmas. Preciso não ter religião para amar a Deus sem medo, com alegria e, principalmente, sem nada pedir. Não tenho religião porque não concordo com as coisas que elas dizem de Deus. Deus é um Grande Mistério. Está além das palavras. Diante do Grande Mistério a gente emudece. Fica em silêncio. Discordo a partir do pronome "ele". Deus "ele", masculino? Onde foi que aprenderam sobre o sexo de Deus? Deus tem sexo? Se tem sexo, por que não ela, Deus mulher? Como a mulher do Cântico dos Cânticos? A Igreja Católica não conhece a mulher. Conhece apenas a "mãe" que foi mãe sem ter sido mulher. Deus: por que não uma flor, a mais perfumada? Por que não um mar sem fim onde a vida navega? Místicos houve que disseram que Deus é uma criança que nos convida a brincar... Mas pode ser também que Deus seja música, como pensaram os místicos pitagóricos. 


Ter uma religião é falar as palavras sagradas daquela religião e acreditar nelas. As religiões se distinguem e se separam: pelas diferenças das palavras que usam para se referir ao sagrado. Se elas nada falassem, se houvesse apenas o silêncio diante do Grande Mistério, a Babel das religiões não existiria. Diante do Grande Mistério apenas uma palavra é permitida: a palavra poética, porque a poesia não o diz mas apenas aponta para ele. O Grande Mistério está além das palavras. 

Se tenho uma religião, ela se chama poesia. Por isso, amo a Cecília Meireles, sacerdotisa profana, que, quando queria se referir a Deus falava sobre um mar sem fim, misterioso e selvagem. Quem em silêncio contempla o mar sem fim ouve vozes em meio ao barulho das ondas. Também Fernando Pessoa sabia disso. Mas, prestando bem atenção, é possível ver, a voar sobre o mar sem fim, um pequeno pássaro que canta:

 

"Leve é o pássaro:

e a sua sombra voante,

mais leve.

E a cascata aérea de sua garganta,

mais leve.

E o que lembra, ouvindo-se

deslizar seu canto,

mais leve..." 

Os poetas escrevem em transe: não sabem sobre que estão escrevendo. Faz muitos anos, escrevi um livro para minha filha. Ela tinha 4 anos. Eu iria fazer uma demorada viagem pelo exterior e ela ficou com medo de que eu morresse e não voltasse. Apareceu-me, então, uma estória:

A menina e o pássaro encantado. Resumida, era assim...

 

“Era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias, o pássaro a fazia imensamente feliz. Mas sempre chegava um momento quando o pássaro dizia: "Tenho de ir". A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. "Menina", disse-lhe o pássaro, "aprenda o que vou lhe ensinar: eu só sou encantado por causa da ausência. É na ausência que a saudade vive. E a saudade é um perfume que torna encantados a todos os que o sentem. Quem tem saudades está amando. Tenho de partir para que a saudade exista e para que eu continue a amá-la, e você continue a me amar..." E partia. A menina, sofrendo a dor da saudade, maquinou um plano: quando o pássaro voltou e lhe contou estórias e foi dormir, ela o prendeu numa gaiola de prata dizendo: "Agora ele será meu para sempre". Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não mais tinha estórias para contar. E o amor acabou. Levou tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria. E ela soltou o pássaro que voou para longe.”

 

A estória termina na ausência do pássaro e a menina se enfeitando para a sua volta. Minha intenção, ao escrever esta estória, era simples: consolar a minha filha. Mas, quando foi publicada ganhou um sentido que não estava nas minhas intenções: começou a ser usada em terapia, com casais possuídos pela ilusão de que, engaiolado, o amor seria posse eterna... Desde então passei a presentear noivos com uma gaiola da qual eu arrancava a porta. Mas, passado algum tempo, uma pessoa me disse: "Que linda estória você escreveu sobre Deus!" "Sobre Deus?", eu perguntei sem entender. "Sim", ela me respondeu. "O Pássaro Encantado não é Deus? E as gaiolas não são as religiões nas quais os homens tentam aprisioná-lo?" Aprendi, então, da minha própria estória, algo que não sabia: Deus como um Pássaro Encantado que me conta estórias. Amo o Pássaro. Odeio as gaiolas.

 

O Pássaro Encantado: não pousa em galhos para cantar. Não é possível fotografá-lo. Canta enquanto voa. Dele, o que temos é apenas a sua leve sombra voante e a cascata aérea de sua garganta... Quando ouço o seu canto, ele já passou. Só é possível vê-lo em seu vôo, por trás. Vai-se o Pássaro. Fica a memória do seu canto. 

Um pássaro voando é um pássaro livre. Não serve para nada. Impossível manipulá-lo, usá-lo, controlá-lo. Pássaro inútil. E esse é, precisamente, o seu segredo: a sua inutilidade: ele está além das maquinações dos homens. Sua única dádiva é o seu canto. Só faz um milagre, um único milagre: quando, chorando, lhe peço "Passa de mim esse cálice", ele canta e o seu canto transforma a minha tristeza em beleza. Por isso eu nada lhe peço. Sei que ele não atende a pedidos. O seu canto me basta: ao ouvi-lo transformo-me em pássaro. E vôo com ele... 

Mas aí vêm os homens com as suas arapucas e gaiolas chamadas religiões. E cada uma delas diz haver conseguido prender o Pássaro Encantado em gaiolas de palavras, de pedra, de ritos e magia. E cada uma delas afirma que o seu pássaro engaiolado é o único Pássaro Encantado verdadeiro... 

Por que prenderam o Pássaro? Porque o seu canto não lhes bastava. Não lhes bastava a beleza. Na verdade, não o amavam. O que os homens desejam não é a beleza de Deus. O que eles desejam é manipular o seu poder. O que eles querem é o milagre. O canto do pássaro poderia lhes dar asas para voar. Mas não é isso que querem. O que desejam é o poder do pássaro para continuar a rastejar: Deus, transformado em ferramenta. Ferramenta é um objeto que se usa para se atingir um fim desejado. Assim são os martelos, as tesouras, as panelas... O que as religiões desejam é transformar Deus em uma ferramenta a mais. A mais poderosa de todas. A ferramenta que realiza os desejos. Como o gênio da garrafa. Pois não é isso que é o milagre, a realização de um desejo por meio da manipulação do sagrado? Só é canonizada santa uma pessoa que realizou milagres: o milagre é o atestado do seu poder para manipular o divino. 

E é assim que as religiões se multiplicam, porque os desejos dos homens não têm fim, e os seus santuários se enchem de santos de todos os tipos, os santos milagreiros são nossos despachantes espirituais, todos eles a serviço dos nossos desejos, atenderão nossos desejos a preço módico, se rezarmos a reza certa e prometermos publicar o milagre em jornal, e pela televisão se anunciam fórmulas, sessões de descarrego, águas bentas milagrosas, exorcismo de demônios, os DJs de cada religião têm uma música na fala que lhes é própria... 

Assim, a poesia do canto do Pássaro Encantado se transforma em manipulação do pássaro engaiolado. E não percebem que aquele pássaro que têm dentro de suas gaiolas não é o Pássaro Encantado, que não se deixa engaiolar, porque é como o vento, e voa como quer, e tem uma única dádiva a oferecer aos homens: a beleza do seu canto.

À transformação da poesia em manipulação milagreira  - os profetas deram o nome de idolatria.

Rubem Alves

quinta-feira, abril 16, 2009

Carta do Som do Céu - Manifesto de artistas cristãos

11 de abril de 2009

Introdução

Nós, músicos, artistas e líderes eclesiásticos, cristãos, vindos das variadas regiões brasileiras, estivemos reunidos entre os dias 6 a 12 de abril de 2009, no Acampamento da Mocidade Para Cristo do Brasil, dias de comemoração dos 25 anos do Som do Céu, para discutir dois temas principais: “A música e os músicos na igreja” e “A igreja como promotora de cultura”.
Agradecemos a Deus pelos dias de comunhão fraterna entre nós e pelo privilégio de ouvi-lo entre as vozes pastorais e proféticas que ecoaram em nosso meio. Reconhecemos que a música cristã tem ocupado um espaço significativo em nossos dias, tanto na igreja como na sociedade em geral. No entanto, observamos que nem sempre essa participação tem sido consistente e coerente com a Palavra de Deus – nosso referencial maior – nem rendido glórias ao Senhor da Igreja. Desejamos, portanto, apresentar à Igreja brasileira a “Carta do Som do Céu”, sintetizada em 25 pontos, que resume nossas inquietações e propõe ações práticas à Igreja de Cristo Jesus, nesse princípio de século XXI:

1.O artista cristão deve desenvolver o seu dom criativo e submetê-lo exclusivamente aos valores da Palavra de Deus;

2. Cremos que a arte, na perspectiva da graça comum, é um presente dos céus a toda humanidade e não está restrita aos cristãos;

3. Desejamos que haja coerência entre a vida, o ministério e a profissão do artista cristão, cujo discurso deve estar aliado à sua prática;

4. Esperamos que o artista cristão busque servir a Deus e à sociedade com excelência e integridade, dedicando-se ao desenvolvimento dos talentos e dos dons recebidos do alto;

5. A igreja precisa estar atenta ao artista cristão como parte do rebanho de Deus e dar a ele a atenção devida, despida de preconceitos, e oferecer-lhe pastoreio e discipulado, objetivando a sua formação espiritual e ética;

6. Esperamos que o artista cristão esteja envolvido em uma igreja local, servindo-a e amando-a como Corpo de Cristo. Deve ser rejeitada toda e qualquer tentativa de desenvolvimento de uma fé individualista e distante da comunidade;

7. Reafirmamos que a elaboração de textos e letras deve ter embasamento nos valores da Palavra de Deus;

8. Comprometemo-nos a dedicar atenção e reflexão às canções que são introduzidas no culto de adoração e nas demais atividades da igreja, buscando um repertório equilibrado e consciente e evitando, de todas as formas, que heresias e desvios teológicos adentrem sutilmente em nossas comunidades;

9. As igrejas, as instituições de ensino teológico e os artistas cristãos devem combater o ensinamento equivocado e amplamente difundido de que louvor e adoração restringem-se à musica, ensinando, por demonstração e exemplo, que se trata de um estilo de vida que envolve todas as áreas da nossa existência e que a música, assim como outras formas de arte, é expressão legítima de louvor e adoração;

10. A igreja deve agir como facilitadora na adoração e abrir espaço para que todos expressem seu louvor a Deus;

11. Esperamos que o músico cristão busque e desenvolva a santidade, vivendo uma vida piedosa, tanto no serviço prestado a Deus na igreja, quanto fora dela, em sua atividade profissional;

12. Rejeitamos a dicotomia que faz separação entre o sagrado e o secular e cria espaços estanques na vida do cristão. O Senhor Jesus é soberano e governa todas as instâncias da vida, e, por isso, devemos somente a ele a nossa fidelidade, agradando-o em tudo e rejeitando tão-somente o que ofende a sua glória;

13. A Igreja não se pode esquivar de sua responsabilidade diante da cultura na qual está inserida; deve mentoriar a reflexão e a prática de uma teologia de arte e cultura;

14. Incentivamos as igrejas a abrir suas dependências para a realização de eventos culturais como exposições, mostras, cursos, saraus e outras atividades visando à educação, à divulgação e à aproximação da sociedade;

15. Mesmo entendendo que todo trabalho na igreja é voluntário, podemos honrar com sustento ou remuneração aqueles que se dedicam ao ministério musical, se a comunidade disponibiliza de recursos para tal;

16. Entendemos que nossa arte deve encarnar uma voz profética e manifestar em seu conteúdo os valores do Reino;

17. Recomendamos que as igrejas promovam encontros de reflexão sobre a utilização das artes no Reino de Deus, capacitando os artistas para a realização de seu trabalho;

18. Incentivamos os músicos a expressar em sua arte a beleza de Deus por meio de uma contextualização e diversidade musical;

19. Reconhecemos o caráter essencialmente transformador e questionador da nossa arte e não cremos que ela deva estar a serviço do mercado;

20. Muito embora os artistas cristãos não se devam render aos senhores da mídia, tornando-se reféns desta, podem utilizar de maneira ética os meios de comunicação como canal para a divulgação de sua arte, proclamando, assim, o Reino de Deus;

21. No que se refere ao relacionamento entre os músicos e a liderança eclesiástica, encorajamos o diálogo, o respeito e o reconhecimento mútuo de seus ministérios como algo dado por Deus;

22. Incentivamos que os artistas cristãos busquem perante o Estado e a iniciativa privada recursos para a promoção de sua arte por meio de leis de incentivo à cultura, editais para financiamento de projetos culturais etc.

23. Encorajamos as igrejas a investir na educação e na formação de artistas;

24. Propomos que as igrejas e as instituições de ensino teológico incentivem as diversas manifestações artísticas e não somente a área musical;

25. Compreendemos que o ofício de artista é legítimo como tantos outros, podendo ser exercido pelo artista cristão no mercado de trabalho e devendo ser apoiado e incentivado pelas comunidades cristãs.


São Sebastião das Águas Claras, 9 de abril de 2009.


Assinam:

Debatedores:
Aristeu de Oliveira Pires Junior – Canela (RS)
Carlinhos Veiga – Brasília (DF)
Denise Bahiense – Rio de Janeiro (RJ)
Erlon de Oliveira – Belo Horizonte (MG)
Gladir Cabral – Florianópolis (SC)
João Alexandre Silveira – Campinas (SP)
Jorge Camargo – São Paulo (SP)
Jorge Redher – São Paulo (SP)
Marcos André Fernandes – Garanhuns (PE)
Marlene F. Vasques – Goiânia (GO)
Nelson Marialva Bomilcar – São Paulo (SP)
Paulo César da Silva – São José dos Campos (SP)
Romero Fonseca – Goiânia (GO)
Rubão Rodrigues Lima – Brasília (DF)
Sérgio Paulo de Andrade Pereira – Ribeirão Preto (SP)
Wesley Vasques – Goiânia (GO)

Demais participantes:
Alfredo de Barros Pereira – Brasília (DF)
Andréa Laís Barros Santos – Maceió (AL)
Aracy Clarkson Ferreira – Rio de Janeiro (RJ)
Armando de Oliveira – Salvador (BA)
Bruno Leonardo Alves da Fonsêca – Garanhuns (PE)
Caio César da Silva Pereira – Brasília (DF)
Carolina Gama – Campinas (SP)
Carolina Lage Gualberto – Belo Horizonte (MG)
Cláudia Barbosa de Souza Feitoza – Brasília (DF)
Danielle Martins Lima – (MG)
Davi Julião – São Paulo (SP)
Dora Bahiense – Florianópolis (SC)
Elecy Messias de Oliveira – Goiânia (GO)
Fábio Cândido de Jesus – Anápolis (GO)
Felipe de Freitas Hermsdorff Vellozo – Niterói (RJ)
Francely F. Barbosa – Anápolis (GO)
Glauber Toledo Plaça – São Paulo (SP)
Gleice de Oliveira Vicente Cantalice – Maceió (AL)
Guilherme e Alessandra Fontes Vilela Carvalho – Belo Horizonte (MG)
Guilherme Praxedes – Belo Horizonte (MG)
Hadassa de Moraes Alves – Viçosa (MG)
Irineu Santos Junior – Belo Horizonte (MG)

Isabella Sarom Sabino Honorato – Anápolis (GO)

Ismael S. Rattis – Brasília (DF)

João Carlos Pereira Junior – Vitória (ES)

Jocemar “Mazinho” Filho – Recife (PE)

Jônatas de Souza Reis – Belo Horizonte (MG)

Karen Bomilcar – São Paulo (SP)

Leonardo de Azeredo Peclát – Goiânia (GO)

Leonardo Rodrigues Barbosa – Brasília (DF)

Lidiane Dutra da Silva – (MA)

Marcel Martins Serafim – Jacareí (SP)

Marcelo Gualberto da Silva – Belo Horizonte (MG)

Márcia Pacheco Foizer – Brasília (DF)

Marilda Redher – São Paulo (SP)

Marivone Lobo Pereira – Ribeirão Preto (SP)

Pedro Barbosa de Souza Feitoza – Brasília (DF)

Rafael Ribeiro Santos – São Paulo (SP)

Renata Telha Ferreira – Rio de Janeiro (RJ)

Roberto Cândido de Barros – Curitiba (PR)

Selma de Oliveira Nogueira – São Paulo (SP)

Silvestre Moysés Loyolla Kuhlmann – São Paulo (SP)

Stênio Március – São Paulo (SP)

Talita Estrela R. Martins – Belo Horizonte (MG)

Vânia Sathler Lage – Belo Horizonte (MG)

Walma Oliveira – Rio de Janeiro (RJ)

quinta-feira, abril 02, 2009

como é o povo, assim será o sacerdote (líderes)!

Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel [A igreja é a atual Israel mediante a graça]; pois o Senhor tem uma contenda [DEBATE] com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.

Só prevalecem o perjurar [faltar à promessa; atraiçoar], o mentir, o matar, o furtar, e o adulterar; há violências e homicídios sobre homicídios.

Por isso a terra se lamenta, e todo o que nela mora desfalece, juntamente com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem.

Todavia ninguém contenda [DEBATE], ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote.

Por isso tu tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe.

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei [PALAVRA DE DEUS] do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.

Quanto mais eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra em vergonha.

Alimentavam-se do pecado do meu povo, e de coração desejam a iniqüidade dele. Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei conforme os seus caminhos, e lhe darei a recompensa das suas obras.

Oséias cap. 4 do ver. 1 até o 9.